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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O impeachment já seria página virada




Os protestos do último domingo (31/07), ocorridos em várias cidades do país contra e a favor do impeachment demonstraram, através dos números, uma redução do interesse do povo brasileiro pela questão. Tais atos ocorreram no Acre, em Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e no Distrito Federal.

Em São Paulo, por exemplo, o protesto contra Dilma reuniu manifestantes na Avenida Paulista, na região central, e foi organizado pelo movimento Vem Pra Rua. Já o ato contra o presidente em exercício, Michel Temer, foi liderado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), tendo se concentrado no Largo da Batata, na Zona Oeste da capital paulista. De acordo com o MTST, 50 mil pessoas teriam participado da manifestação em oposição a Temer, sendo que nem os organizadores do ato na Paulista e a Polícia Militar divulgaram o número de pessoas presentes em cada um dos atos.

Entretanto, em várias outras cidades, houve uma contagem que revelou um equilíbrio entre as forças. Por exemplo, no Rio Grande do Sul, os atos teriam reunido cerca de 9 mil pessoas no total, segundo os organizadores. O primeiro grupo, que mobilizou cerca de 5 mil pessoas no Parcão, na Zona Norte de Porto Alegre, pediu a aprovação do processo de impeachment de Dilma no Senado. Já o outro grupo, que contou com aproximadamente 4 mil manifestantes no Parque Farroupilha, no Centro da capital gaúcha, manifestou apoio à Dilma, pedindo o seu retorno à Presidência e a saída de Temer.

Houve lugares ainda em que a o número de manifestantes foi irrisório. Em São Luís (MA), cerca de 200 pessoas, segundo os organizadores, participaram de um protesto em apoio ao impeachment da presidente afastada enquanto que o grupo favorável ao retorno de Dilma à Presidência teria mobilizado apenas 30 indivíduos no seu respectivo protesto.

Por outro lado, pode-se notar que, no domingo, houve um direcionamento também para outras pautas. Além de críticas ao governo interino e do apoio ao impeachment, alguns atos apresentaram reivindicações específicas, como o prosseguimento das investigações da Lava Jato, a autonomia da Polícia Federal e o fim da corrupção. Manifestantes do grupo Direita Paraibana, por exemplo, reuniram-se no Busto de Tamandaré, na capital João Pessoa, defendendo também o movimento denominado "Escola Sem Partido".

Na sexta-feira da semana passada (29/07), Dilma concedeu uma entrevista exclusiva à BBC (clique AQUI para saber) em que prometeu lutar pela realização de um plebiscito sobre a necessidade de uma eleição presidencial antecipada. Ela contou que divulgará por esses dias iniciais de agosto os detalhes de sua proposta numa carta direcionada ao povo brasileiro e ao Senado:

"Estou defendendo um plebiscito porque quem pode falar o que eu devo fazer não é nem o Congresso, nem uma pesquisa, ou qualquer coisa. Quem pode falar é o conjunto da população brasileira que me deu 54 milhões e meio de votos".

Sinceramente, entendo que estaria muito em cima da hora propor algo desse tipo ao eleitor e não vejo mais uma crise política tão grave que justifique a antecipação das eleições, ideia esta que, antes, os caciques do PT arrogantemente recusavam-se a aceitar. Pois, como se sabe, não existe previsão constitucional para isso (antes fosse o Brasil parlamentarista), de modo que bastam os 54 dos 81 senadores votarem contra a presidente afastada para que ocorra a sua cassação e Temer assuma definitivamente o cargo hoje ocupado por ele interinamente.

Pelo que observo, até o PT já não estaria mais investindo tanto nos movimentos contra o impeachment de modo que nem Dilma e tão pouco o ex-presidente Lula expuseram-se comparecendo às manifestações de ontem. Logo, tudo indica que houve uma relativa conformação com a derrota e que a estratégia dos petistas seria fortalecer uma futura candidatura à Presidência, o que se torna mais viável mantendo-se distantes por uns tempos do governo.

Quanto à população, o que mais o brasileiro quer é a estabilização da economia com a volta do crescimento. Aliás, se Temer alcançar resultados satisfatórios, a ponto de ao menos gerar esperanças no eleitor, certamente será aplaudido de pé. E, no momento, acredito que o povo não se sentiria seguro com uma hipotética volta de Dilma.


OBS: Imagem acima extraída de uma página do portal de notícias EBC em http://www.ebc.com.br/cidadania/2016/07/siga-brasil-tem-manifestacoes-contra-dilma-e-temer-neste-domingo 

3 comentários:

  1. Não sou muito boa para falar de políticas. Mas venho desejar-lhe um dia feliz

    Bjos-visite

    http://deliriosamoresexo.blogspot.pt/

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    Respostas
    1. Oi, Larissa.

      Seja sempre bem vinda.

      Agradeço pela visita que pretendo retribuir.

      Um abraço.

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