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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Depois de matarem a onça na passagem da tocha, agora excluem as religiões afros da Vila Olímpica




As Olimpíadas do Rio, apesar de nem terem começado, já estão gerando enormes polêmicas. Como se já não bastasse a gastança de dinheiro público com as obras destinadas aos eventos esportivos, enquanto há tantas outras coisas mais prioritárias, tivemos já dois incidentes vergonhosos.

Um deles, como sabemos, foi o abatimento da onça Juma que estava precariamente presa e fugiu da corrente quando a Tocha Olímpica passou por Manaus. Ali, só o fato de terem conduzido o animal para um lugar de aglomeração configurou uma tremenda violência. Uma incontestável estupidez humana porque maltrataram o felino apenas por terem colocado-o num ambiente estressante expondo ainda a vida de pessoas por causa de uma exibição retrógrada.

Agora, porém, outra bola fora ocorreu quanto à exclusão das religiões de matriz africana na representação do Centro Ecumênico da Vila Olímpica. O Comitê Organizador dos jogos justificou a sua decisão afirmando ser impossível atender a todas as religiões por serem mais de mil catalogadas, além de seitas e outros conceitos religiosos.

Contudo, vejo aí um grave erro de ponderação. Pois, como se sabe, o Candomblé e a Umbanda têm grande penetração no universo religioso do brasileiro. Logo, se resolveram fazer as Olimpíadas no Rio de Janeiro, onde teria nascido o umbandismo, entendo que as religiões de matriz africana não deveriam ter sido deixadas de fora.  

Será que não estamos diante de mais um caso de preconceito velado? De acordo com o babalaô Ivanir dos Santos, presidente da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro, as religiões de matriz africana não deveriam ter ficado de fora. Apesar de ter preferido não polemizar, o sacerdote yorubá acredita que houve discriminação.


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