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terça-feira, 7 de junho de 2016

O processo de impeachment e a agenda olímpica




Conforme ficamos sabendo na última segunda-feira (06/06), a comissão especial do impeachment do Senado aprovou o cronograma sugerido pelo relator do caso, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), para a segunda etapa do processo de afastamento de Dilma Rousseff. De acordo com o calendário proposto, o Senado deverá decidir no plenário, em 02/08, se a denúncia de crime de responsabilidade contra a presidenta irá ou não a julgamento final.

Caso a denúncia vá adiante, depois dessa decisão do dia 02 de agosto, a acusação terá 48 horas para apresentar um documento chamado de "libelo acusatório" enquanto os advogados de Dilma terão prazo igual para elaborarem uma defesa. Após isso, Ricardo Lewandowski terá pelo menos dez dias a fim de designar a data do julgamento final, intimando testemunhas de acusação e defesa. 

Entretanto, se essa data for marcada dentro do prazo mínimo, existe a possibilidade de que o julgamento final seja iniciado já em meados de agosto, coincidindo com o calendário dos jogos olímpicos no Rio de Janeiro, o que não considero nada positivo para o país. Pois, levando-se em conta a realização de um evento esportivo internacional, não é bom que o turista estrangeiro em nosso território seja incomodado com os nossos problemas internos, presenciando manifestações de protestos nas ruas, brigas de militantes baderneiros do PT com a Polícia, trânsito congestionado pelas passeatas, etc.

No meu ponto de vista, é recomendável que os dias das Olimpíadas sejam inteiramente dedicados à paz e não haja espaço para os conflitos políticos. Trata-se de uma oportunidade para a confraternização global dos povos, a alegria, o entretenimento e o cultivo dos bons valores. Aliás, se formos lá na origem dos jogos, na Idade Antiga, descobriremos que os gregos selavam entre si acordos de cessar-fogo e tréguas entre as Cidades-Estados inimigas antes da realização do evento:

"Os primeiros registros históricos das Olimpíadas datam de 776 a.C., época em que os vencedores começaram a ter seus nomes registrados. Foi nesse período que o termo 'Olimpíadas' surgiu, após Iftos, rei de Ilia, aliar-se ao monarca de Esparta, Licurgo, e ao rei de Pissa, Clístenes. A aliança foi selada no templo de Hera, localizado no santuário de Olímpia. Vem daí o nome 'Olimpíadas'. Por meio desse acordo, instituiu-se uma trégua, considerada sagrada em toda a Grécia, no período em que os Jogos fossem disputados. Esse acerto era levado tão a sério que, durante a Guerra do Peloponeso (conflito armado entre Atenas e Esparta, travado entre 431 e 404 a.C.), rivais deixaram as rusgas de lado para competir nos Jogos." (extraído do Portal Brasil 2016 em http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/olimpiadas/uma-disputa-milenar)

Sendo nosso país o anfitrião dos jogos de 2016, devemos dar um bom exemplo de paz e de receptividade ao mundo, parando por um tempinho as nossas brigas paroquiais por mais relevantes que sejam. Por isso, até os trabalhos no Senado relacionados à cassação da presidente afastada poderiam ficar suspensos até o encerramento das Olimpíadas do Rio. Igualmente, os movimentos políticos também se comprometeriam em respeitar a trégua pois creio que, se assim nos portarmos, estaremos não só zelando por uma milenar tradição universal como também iremos passar uma ótima imagem para o mundo, o que, por sua vez, trará retorno econômico para o desenvolvimento do turismo por aqui.

Viva a paz! Viva as Olimpíadas! E viva o esporte! 

2 comentários:

  1. Um absurdo a um custo fabuloso, quando todos nós sabemos que nunca houve e jamais haverá na terra tantos ladrões governando uma nação.

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    1. Não nego que foi um erro o Brasil ter resolvido sediar os Jogos Olímpicos Rio 2016 assim como o Mundial de 2014. Mas agora temos é que tirar o melhor proveito disso para a diminuição do prejuízo.

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