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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Impeachment da Dilma? Nem pensar!




As manifestações desta quinta-feira (20/08) mostram o quanto o país ficaria perigosamente dividido na hipótese de um impeachment da presidente Dilma Rousseff. Basta um pouquinho de esforço para projetarmos como seria o dia seguinte, com as centrais sindicais, o MST, os sem-teto, as entidades estudantis e os partidos de esquerda indo às ruas em contínuos protestos. Isto significaria o descrédito do regime democrático brasileiro para tais grupos. 

É certo que as manifestações de hoje não superam em número as passeatas do último domingo (16/08). Entretanto, devemos levar em conta a consistência na organização de um movimento político que se apresenta no meio de semana, com uma tradicional ideologia e força dentre os setores menos favorecidos da nossa sociedade, sendo que hoje houve chuva em algumas das capitais. Já os defensores do impeachment, conforme um estudo realizado, teriam um perfil oposto e "sem uma pauta capaz de dialogar com a periferia" (ler matéria Pesquisa revela que grupo pró-impeachment não tem potencial de crescimento, publicada na presente data).

Apesar da boa postura do vice-presidente Michel Temer, o qual tem se mantido como um forte apoiador do governo e não está tirando qualquer proveito político da atual crise, eis que o contexto atual não favorece a formação de um governo de coalização como foi na época do Itamar Franco (1992-1994). Um dos motivos é que os movimentos de esquerda não veriam em Temer uma referência, sendo certo que o seu partido, o PMDB, também anda envolvido nos escândalos da Petrobrás assim como o PT e mais ainda o PP.

Ora, quem é que pode afirmar que a corrupção seja exclusividade do PT?! Ou não haveria também envolvimento do PSDB e dos demais partidos da oposição?

Durante a segunda mobilização em menos de uma semana em favor de Dilma, várias ruas e avenidas brasileiras foram tomadas pelos manifestantes. Desta vez, movimentos sociais de esquerda protestam em 17 Estados e no Distrito Federal contra a "tentativa de golpe" dos atos anti-Rousseff de domingo. Um dos maiores protestos ocorreu no Paraná, unidade da federação governada pelo PSDB, onde milhares de pessoas que se reuniram na Praça Santos Andrade, Centro de Curitiba, iniciando, por volta do começo da tarde, uma caminhada de apoio à presidente e contra o deputado peemedebista Eduardo Cunha.

Enfim, não é hora da sociedade brasileira radicalizar. O momento precisa ser de diálogo e de entendimento em que a fragilização do governo pode ser oportunizada para novas conquistas ocorrerem nas mais diversas áreas. Inclusive na adoção de novos mecanismos de combate à corrupção.

Viva a democracia e a legalidade! Diga não à radicalização e não aos protestos pelo impeachment




OBS: Foto acima de Paulo Marcelo Camargo / Agência Brasil

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