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domingo, 30 de março de 2014

Ainda vai demorar para que os direitos das mulheres sejam respeitados!




Na semana passada, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou dados surpreendentes de uma pesquisa que trata das questões da violência contra a mulher e também dos direitos dos homossexuais. Achei chocante saber que a maioria dos entrevistados, dentre os quais 66,5% são mulheres, concordaram total ou parcialmente com a seguinte frase, pois dá a ideia de que a vítima seria responsável pelo delito: "Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros" (ler a matéria do G1).

Felizmente, a maioria dos entrevistados posicionou-se contrariamente à violência doméstica contra a mulher, o que podemos considerar algum avanço. Porém, dá para perceber que a mentalidade do brasileiro ainda é bem machista e também preconceituosa contra os homossexuais. Senão vejamos o que mostrou o levantamento:

"Homem que bate na esposa tem que ir para a cadeia"
78,1% concordam totalmente
13,3% concordam parcialmente
5% discordam totalmente
2% discordam parcialmente
1,6% se dizem neutros em relação à afirmação

"Dá para entender que um homem que cresceu em uma família violenta agrida sua mulher"
18,1% concordam totalmente
15,8% concordam parcialmente
54,4% discordam totalmente
9,3% discordam parcialmente
2,4% se dizem neutros em relação à afirmação

"A questão da violência contra as mulheres recebe mais importância do que merece"
10,5% concordam totalmente
11,9% concordam parcialmente
56,9% discordam totalmente
16,2% discordam parcialmente
4,5% se dizem neutros em relação à afirmação

"Casos de violência dentro de casa devem ser discutidos somente entre os membros da família"
33,3% concordam totalmente
29,7% concordam parcialmente
25,2% discordam totalmente
9,3% discordam parcialmente
2,5% se dizem neutros em relação à afirmação

"Quando há violência, os casais devem se separar"
61,7% concordam totalmente
23,3% concordam parcialmente
8,8% discordam totalmente
3,8% discordam parcialmente
2,4% se dizem neutros em relação à afirmação

"A mulher que apanha em casa deve ficar quieta para não prejudicar os filhos"
7% concordam totalmente
8,5% concordam parcialmente
69,8% discordam totalmente
12,3% discordam parcialmente
2,4% se dizem neutros em relação à afirmação.

"Um homem pode xingar e gritar com sua própria mulher"
3,9% concordam totalmente
4,9% concordam parcialmente
76,4% discordam totalmente
12,8% discordam parcialmente
2% se dizem neutros em relação à afirmação

"A mulher casada deve satisfazer o marido na cama, mesmo quando não tem vontade"
14% concordam totalmente
13,2% concordam parcialmente
54% discordam totalmente
11,3% discordam parcialmente
7% se dizem neutros em relação à afirmação

"Tem mulher que é pra casar, tem mulher que é pra cama"
34,6% concordam totalmente
20,3% concordam parcialmente
26,4% discordam totalmente
8,9% discordam parcialmente
9,5% se dizem neutros em relação à afirmação

Além destas formulações, constam também outra frases feitas pelo Ipea para averiguar a opinião dos entrevistados em relação à homossexualidade. Veja a seguir:

"Casais de pessoas do mesmo sexo devem ter os mesmos direitos dos outros casais"
31,6% concordam totalmente
18,5% concordam parcialmente
32,6% discordam totalmente
7,9% discordam parcialmente
9,4% se dizem neutros em relação à afirmação

"Casamento de homem com homem ou de mulher com mulher deve ser proibido"
38,8% concordam totalmente
12,9% concordam parcialmente
32,1% discordam totalmente
9% discordam parcialmente
7,2% se dizem neutros em relação à afirmação

"Incomoda ver dois homens, ou duas mulheres, se beijando na boca em público"
44,9% concordam totalmente
14,3% concordam parcialmente
28,2% discordam totalmente
6,9% discordam parcialmente
5,7 se dizem neutros em relação à afirmação

No entanto, não vou ser hipócrita em dizer que sou totalmente "moderninho" em todas essas questões. Eu não nego que me incomodaria em ver pessoas do mesmo sexo se beijando e trocando carícias afetivas em público. Principalmente se tivesse filhos e eles presenciassem alguma cena dessas. Mas acho que casais de gays e de lésbicas devem ter direitos iguais e que o matrimônio civil entre eles precisa ser reconhecido assim como a união estável. Já em relação à ideia de que a mulher casada deva satisfazer o marido na cama, mesmo se não estiver com vontade, penso que isso necessita ser sempre conversado pelo casal. O marido não pode obrigar a esposa a transar com ele, mas não acho errado que uma pessoa aceite copular mesmo se a sua libido estiver em baixa. Afinal, na vida a dois, nem sempre o cônjuge deve pensar somente no seu prazer. Isso vale para ambos os sexos.


OBS: A ilustração acima refere-se ao logotipo do Ipea.

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