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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Quatro terras à vista!




A NASA anunciou ontem (26/02/2014) que o observatório espacial Kepler permitiu a identificação de pelo menos 715 planetas localizados fora do nosso sistema solar, sendo quatro deles com condições que poderiam torná-los habitáveis.

Segundo consta numa reportagem lida no Yahoo! (ver link nas observações abaixo), o método usado pelos cientistas para descobrir novos mundos, durante anos, tem sido a "diminuição de luminosidade" que ocorre quando algum objeto transita em frente a uma estrela do ponto de vista da Terra e causa uma redução na luz vista pelo telescópio. O sistema de passagem, no entanto, não produz uma certeza já que pode haver outras razões pelas quais diminui a luminosidade de uma estrela vista da Terra, e, por isso, os cientistas acrescentaram uma técnica que a NASA descreveu nesta quarta-feira como muito valiosa.

Ao ler a matéria, refleti por que o homem tem procurado tanto nesses últimos anos pela existência de outros sistemas solares e de novos planetas habitáveis com condições parecidas com o nosso?

O que, afinal, está se passando em nosso inconsciente capaz de impulsionar a realização de tais pesquisas?

Penso que tudo isso não se trate de mera curiosidade pela grandiosidade do Universo, a busca das nossas origens ou menos ainda expresse o desejo de fazer contatos com seres extraterrestres visto que mal nos comunicamos com o nosso semelhante na Terra. Menos ainda sabemos compreender a nós mesmos! Logo, talvez a real motivação seja de fato o trágico expansionismo da espécie humana.

Ora, quando digo que essa expansão seria trágica é porque estamos destruindo tudo em nossa volta. Pois consumimos energia em excesso, produzimos um volume absurdo de lixo, extinguimos outras espécies dos reinos animal e vegetal e esgotamos os recursos limitados na natureza pelo uso irracional que fazemos. Não vai demorar muito e seremos uma aldeia global de 8 bilhões de habitantes, ocasião em que o nosso modelo alimentício já são suprirá mais as demandas de todos.

Agora, meus amigos, respondam-me o que pode acontecer se, em algum dia, o homem descobrir a existência de novos planetas habitáveis e conseguir realizar viagens rápidas entre os sistemas solares? Quais serão as consequências desse avanço para o futuro da galáxia?

A meu ver, se a nossa mentalidade não evoluir até lá, exportaremos para outros mundos os erros aqui praticados. Os governantes dos países com tecnologia enviarão expedições colonizadoras afim de explorarem os recursos desses planetas ou enviarem para fora de nossa órbita o excesso populacional de terráqueos. Ou ainda, os ricos poderão acabar decidindo migrar para essas novas Terras permitindo que os pobres continuem agonizando nesse caos sócio-ambiental dentro do qual já vivemos e que, por enquanto, só tende a piorar. Aí surgiriam corretores de imóveis vendendo terrenos e casas de frente para o mar num outro planetinha que poderão chamar de BX, ZY ou qualquer outro nome.

Segundo a Bíblia, após a queda do homem, Deus teria dito à Adão: "maldita é a terra por tua causa" (Gn 3:17). E tal passagem das Escrituras vem nos mostrar justamente que somos nós o motivo por que há tanto sofrimento e destruição em nossa volta. Pois, devido à ganância desmedida, estamos hoje pondo em risco a sobrevivência planetária e até mesmo a nossa. Só ainda não nos tornamos uma ameaça ao Universo porque faltam romper certas barreiras da Física.

Mas até quando o homem continuará a agir dessa maneira tão auto-destrutiva? Penso eu que precisamos passar por uma transformação ética o quanto antes sendo que não creio que haverá tempo suficiente para a ciência construir naves possantes que transportem bilhões de pessoas para um outro planeta em sistemas solares diversos do nosso. Precisamos começar a cuidar melhor desse espaço abençoado que o Criador gratuitamente nos deu e fazermos daqui uma bênção ao invés de maldição. Precisamos aprender a amar o nosso próximo, reparar as injustiças cometidas e conviver em harmonia com a natureza.

Uma ótima quinta-feira a todos!


OBS: Foto da Getty Imagens, conforme extraído de http://br.noticias.yahoo.com/observat%C3%B3rio-nasa-identifica-715-planetas-fora-sistema-solar-194513896.html

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Derrubar para edificar



"Olha que hoje te constituo sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares e também para edificares e para plantares." (Jr 1:10; ARA)

A citação bíblica acima resume aquilo que foi o ministério do profeta Jeremias, o qual atuou durante um período de quatro décadas e testemunhou a ruína de sua nação no século VI a.C. Em sua boca, Deus colocou palavras de julgamento e também de esperança, de modo que o fim da Jerusalém antiga (e do suntuoso Templo construído pelo rei Salomão) teria significado também um novo começo para o futuro do trimilenar povo judeu.

Pode-se dizer que a construção/desconstrução compõe a dinâmica da realidade na qual vivemos, funcionado como um instrumento de renovação. Contudo, poucas são as pessoas capazes de alcançar essa elevada percepção quando tentam analisar o presente em face da grandeza da História, visto que, em diversas vezes, insistimos em focar a atenção nas coisas velhas que perecem.

Nos tempos de Jesus, algumas décadas antes do Segundo Templo ser também destruído no primeiro século (dessa vez pelos romanos), a vinda do Reino de Deus foi por ele anunciada como algo já presente entre os homens. Porém, até os seus discípulos tiveram dificuldades para compreender esse ensino. Em meio a tantas tragédias, injustiças e covardias, o Homem de Nazaré falou inspiradamente sobre o amor. Mostrou à sua sofrida geração sobre a possibilidade das pessoas desenvolverem entre si uma relação mais solidária e fraternal superando as adversidades. Com isto, o Mestre nos deixou inesquecíveis aulas sobre um outro tema - a liberdade incondicional.

Certamente que o novo pode ser edificado a partir do que sobrou de útil do velho. No permanente processo de desconstrução e de reconstrução, é preciso saber selecionar a boa semente conforme o bom planejamento do futuro. Por isso há que se ter olhos para frente sem nunca perdermos a consciência do que já foi. Até mesmo para evitarmos de cometer os mesmos erros.

Observando a trajetória do nosso querido Brasil, vejo como inevitável uma transição radical. A corrupção, a violência e a decadência dos principais valores éticos exigem uma ruptura revolucionária afim de que ocorra a desejada superação dos nossos problemas. Ainda não sei como as mudanças vão acontecer, ou até que ponto o nosso povo continuará sofrendo as consequências dos seus atos (e da conduta errada dos que nos lideram). Porém, considero indispensável que venham transformações bem sucedidas em nossa cultura para conseguirmos sobreviver como nação pelos longos séculos deste terceiro milênio.

Que a Divina Luz brilhe sobre o céu azul desse nosso lindo país!


OBS: A ilustração acima refere-se a um célebre quadro de 1630 pintado por Rembrandt (1606-1669), onde o artista retrata o profeta Jeremias lamentando a destruição de Jerusalém. A obra encontra-se no Rijksmuseum, em Amsterdã. Extraí a imagem do acervo virtual da Wikipédia conforme consta em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jeremiah_lamenting.jpg

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Sentindo os efeitos da falta d'água




A incomum falta de chuvas que tem ocorrido no verão deste ano no Sul e no Sudeste do país chega a lembrar as pragas do Egito narradas no livro bíblico de Êxodo. Nunca sofri tanto com o calorão e a pouca quantidade de água a ponto de precisar encher baldes e lavar as panelas de madrugada por causa do abastecimento que, neste mês de fevereiro, tornou-se precário aqui em minha localidade litorânea.

No entanto, tudo isso até que tem sido pouco perto dos graves problemas enfrentados pela agricultura e pelo setor elétrico em outros lugares situados no interior brasileiro. Com os reservatórios quase vazios, o governo precisou acionar as poluentes usinas térmicas, o que, certamente, encarece a geração de energia afetando também os custos de produção da indústria.

Não é descartável que, no decorrer do ano, devido à perda de safras importantes nesta época, os preços dos alimentos tornem-se mais elevados e as exportações sofram prejuízos incalculáveis. Algo que, se somado à fuga de investimentos financeiros para os Estados Unidos e às questões políticas, reduz em muito as nossas expectativas de crescimento para 2014.

Não sabemos se essa falta de água conseguirá ser compensada nas próximas semanas ou meses pois a tendência natural é que chova cada vez menos daqui para frente até terminar o período seco do inverno. E, se a estiagem do meio do ano for prolongada, aí poderemos correr um sério risco de colapso.

Todos esses fatos devem servir para refletirmos acerca da danosa ação do homem sobre o meio ambiente, um problema que não deixa de ser de ordem ética. Estamos destruindo o planeta e, consequentemente, a nós mesmos. A natureza hoje agoniza e necessitamos nos conscientizar disso dando um basta em tal comportamento afim de que as coisas não piorem ainda mais.


OBS: Foto acima extraída de uma matéria da Agência Brasil conforme consta em http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-10-25/mudancas-climaticas-podem-causar-perdas-de-r-74-bilhoes-para-agricultura-diz-relatorio

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A correta medida de justiça



"Não sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo? Não sejas demasiadamente perverso, nem sejas louco; por que morrerias fora do teu tempo?" (Ec 7:16-17; versão ARA)

O livro de Eclesiastes desafia as concepções dos seus leitores quando diz para não sermos justos em excesso. Porém, é preciso compreender com clareza o que o autor sagrado pretendeu comunicar com tais palavras.

Penso que, além da importância de usarmos de moderação diante de todas as coisas na vida, pode-se também afirmar que a prática da justiça tem uma medida certa. Ou seja, o excesso descaracteriza o justo.

Considero que nem sempre tudo aquilo que é legal seria também justo sendo que o mesmo raciocínio aplica-se à moral, inclusive àquela de base religiosa. Pois muitas das vezes um justo em demasia não passa de alguém legalista e que apenas quer cumprir a letra de um texto normativo. Não que ele use as leis como um pretexto para praticar o mal, mas sim porque a sua mente encontra-se paralisada e presa no nível da literalidade.

É possível que o justo em excesso tenha a ilusão de que alcançará a mais completa perfeição. Só que, embora o desenvolvimento ético deva ser o alvo de todos, eis que o perfeccionismo acaba se tornando um tipo de cegueira espiritual. Seria uma espécie de auto-engano porque não há quem faça o bem o tempo inteiro deixando de pecar (Ec 7:20).

Se procurarmos exemplos concretos na vida cotidiana, o homem justo em excesso corresponderia a um pai que exige em demasia de seus filhos a ponto de não tolerar os pequenos erros dos jovens e até mesmo das crianças. Também seria o caso da pessoa que reclama dos pequenos erros ou falhas cometidos em sua comunidade, criticando qualquer palavra, brincadeira de mal gosto ou atitude que foge ao seu padrão comportamental.

De acordo com o texto bíblico em estudo, o justo em excesso pode se auto-destruir assim como o exageradamente perverso morrer precocemente. Pois, além de provocar problemas de relacionamento com outras pessoas, por causa de sua intransigência e intolerância, esse sujeito radical chega a tomar atitudes inconvenientes diante de determinadas situações.

Durante o período inter-testamentário, em que houve a dominação helenista sobre a Palestina, um grupo de famílias de judeus decidiu fundar uma comunidade tradicionalista no deserto afim de evitarem a assimilação cultural imposta pelo governo grego. No entanto, ao serem atacados pelo exército real, recusaram a se defender lutando contra o adversário porque era dia de sábado, de modo que todos foram terrivelmente massacrados. Então, ao saber disso, o líder do movimento de resistência judaica, o grande sacerdote Matatias ben Johanan, criticou a atitude radical daqueles seus compatriotas, conforme pode ser lido nos versos de 39 a 41 do capítulo 2 do livro de 1 Macabeus, sendo meu o destaque:

"Quando souberam o que acontecera, Matatias e seus amigos os choraram amargamente e disseram uns aos outros: 'Se todos fizermos como fizeram nossos irmãos, se não lutarmos contra as nações por nossa vida e nossas observâncias, não tardarão a nos exterminar da face da terra'. Tomaram nesse mesmo dia esta decisão: 'Todo homem que vier atacar no dia de sábado, combatamo-lo e assim não morreremos todos como morreram nossos irmãos em seus esconderijos'." (versão TEB) 

Tal como é condenável ser justo em excesso, lembro mais uma vez que Eclesiastes também alerta quanto aos males do desregramento capaz de ultrapassar os padrões de vida diários. Pois o homem perverso também cava a própria sepultura quando passa a prejudicar as pessoas em sua volta tornando-se um ser ameaçador. Cedo ou tarde, todas as más ações cometidas vão se voltar contra ele, de maneira que o seu caminho de impiedade não prosperará eternamente.

Conclui-se, assim, que a vitória pertence aos justos e sábios capazes de viver com a devida moderação. Quem busca alcançar a correta medida de justiça saberá como ordenar as suas ações e valorar por meio de princípios a aplicação de cada norma. Para ele o direito à vida sempre terá precedência sobre os demais preceitos éticos.

Tenham todos uma feliz terça-feira!


OBS: A ilustração acima refere-se a uma foto da estátua da Justiça em Berna. Extraí a imagem do acervo virtual da Wikipédia, sendo os créditos autorais atribuídos a Roland Zumbühl, conforme consta em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Picswiss_BE-98-17_Biel-_Gerechtigkeitsbrunnen_(Burgplatz).jpg

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Por uma cesta básica mais saudável e ecológica!




Recentemente deparei-me com uma notícia da Câmara dos Deputados em que o parlamentar peemedebista de Santa Catarina Edinho Bez teria apresentado o Projeto de Lei n.º 5965/13 propondo a inclusão do vinho entre os produtos da cesta básica. Segundo ele, o vinho é considerado, em vários países do mundo, "um complemento alimentar essencial" e que os nutrientes, vitaminas e minerais do produto seriam "capazes de suprir necessidades alimentares do ser humano". Acrescentou ser também o vinho "importante para a circulação, coração, pele, estimulante, entre outras vantagens como alimento", além de apontar outros benefício em favor da vinicultura nacional:

"No ranking mundial do consumo, a Argentina ocupa o 7º lugar, com 30 litros anuais por pessoa. Atualmente a Argentina tem 229 mil hectares de vinhedos e mais de 1.000 vinícolas em funcionamento. O país comercializa 1,3 bilhão de litros de vinho por ano, representando 5% do mercado mundial. O faturamento alcança 2,6 bilhões de dólares, dos quais 77% são gerados no mercado interno e 23% por exportações. Nesse sentido, apoiar o consumo de vinho como um hábito saudável nas refeições do brasileiro, com sua inclusão na cesta básica nacional, incentivará a produção e trará reflexos econômicos altamente positivos para todo o Brasil, notadamente para as regiões de cultivo da uva, como os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e o Vale do São Francisco, no Nordeste brasileiro."

Embora a ingestão do vinho em pequenas doses possa trazer certos benefícios para a saúde humana, há que se levar em conta o elevado grau de dependência alcoólica da sociedade brasileira em que uma simples cervejinha pode servir de porta de entrada para o uso outras substâncias entorpecentes mais pesadas. Ao receber uma garrafa de bebida, pessoas compulsivas e/ou com um histórico de embriaguez poderão cair nas armadilhas do alcoolismo e das drogas. Além do mais, muitos dos nutrientes e substâncias antioxidantes presentes no vinho podem ser encontradas também no suco de uva tinto integral engarrafado sem a adição de açúcar. E aí, em se tratando de algo muito mais barato do que o vinho, considero adequado o consumo do suco sem estar fermentado.

Por outro lado, deve-se reconhecer que a proposição legislativa do deputado trouxe para o debate nacional a importância de revermos os produtos da cesta básica, o que prefiro fazer sob a ótica da promoção da saúde e da sustentabilidade ambiental. No lugar da carne, a qual passaria para dois quilos no máximo, poderia entrar a proteína de soja. Também alguns produtos naturais ocupariam a lista de alimentos, a exemplo do arroz integral. E o pão de milho ficaria no lugar do pão francês afim de reduzirmos as importações de trigo. Junto com o tradicional cafezinho, teríamos também o chá verde em pó para misturar com água gelada como já comercializa a Herbalife. Finalmente, seriam incluídos vários vegetais como quiabo, abobrinha, jiló, vagem, cenoura, berinjela e abóbora.

Como se sabe, a cesta básica serve de parâmetro para a valoração do salário mínimo no nosso país. Sua criação se deu em 1938, ainda na era Vargas, sendo que, de lá para cá, muita coisa mudou em relação à nutrição. Pois, por mais que os hábitos de nossa população sejam péssimos (atualmente o brasileiro está se tornando preocupantemente obeso), é importante incentivar uma dieta mais saudável entre as pessoas com menos carne, mais vegetais e uma diversidade maior de frutas. Logo, nem os governantes e tão pouco os legisladores deveriam ficar apoiando um tipo de alimentação que tem sido altamente prejudicial. Menos ainda darem bebida alcoólica para o povo.

No que se refere ao meio ambiente, eis que os rebanhos bovinos têm sido os principais responsáveis pela supressão dos ecossistemas nativos, sobretudo o desmatamento da Amazônia. O churrasquinho que as famílias de Norte a Sul do Brasil costumam assar nos fins de semana têm o cheiro de floresta queimada. Isto porque, para se fazer um pasto em estados como Mato Grosso, Pará ou Rondônia, torna-se necessário ocupar extensas áreas verdes, sendo certo que a pecuária requer um espaço muito superior ao da agricultura para alcançar o nível de produtividade exigido pelo mercado.

Com o aumento da população mundial, em breve os hábitos dos habitantes do nosso planeta precisarão ser revistos. Mantendo-se a atual dieta baseada no consumo da carne, o mundo só será capaz de produzir alimentos para no máximo 8 bilhões de pessoas (isto se a distribuição for feita corretamente). Contudo, caso a população venha a ser vegetariana, ou pelo menos diminuir o consumo de carne, poderemos suprir as demandas nutricionais de até algumas dezenas de bilhões. Portanto, mais do que nunca o Congresso precisa rever a composição da cesta básica brasileira.


OBS: Ilustração acima extraída de uma notícia da Câmara dos Deputados conforme consta em http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/CONSUMIDOR/462063-CAMARA-ESTUDA-PROPOSTA-QUE-INCLUI-O-VINHO-NA-CESTA-BASICA.html?utm_campaign=boletim&utm_source=agencia&utm_medium=email

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O Real Garcilaso deveria perder o mando de campo até o final da Libertadores!




Depois do lamentável episódio de racismo ocorrido durante a partida da semana passada entre o Real Garcilaso e Cruzeiro, dia 12/02, na cidade de Cuzco, muito se tem discutido acerca de qual pena deva ser aplicada ao clube peruano nas Libertadores. Fala-se até em excluir o time da competição este ano, mas há quem diga que tal medida seria um tanto excessiva.

A meu ver, não pode a equipe de futebol pagar pelos erros de sua torcida no sentido de perder pontos ou vir a ser desclassificada. Porém, considero justos os posicionamentos do nosso STJD quanto aos casos de violência entre torcedores nos jogos do Brasileirão em que o time dos briguentos perde o mando de campo durante várias partidas, conforme a gravidade do caso.

No caso das Libertadores, por se tratar de uma competição internacional, penso que, na hipótese de perda do mando de campo, a distância mínima deve ser de pelos menos uns dois mil quilômetros e a partida futura passaria a ser disputada obrigatoriamente em um outro país que não seja o do clube penalizado. Assim, a pena não passaria da pessoa do condenado, mas estaria atingindo somente o coletivo de torcedores do mesmo modo como nos jogos com portões fechados.

Para finalizar, lembro que os clubes brasileiros também não são santos. Por aqui pode não haver tanto racismo quanto em outros países da América do Sul. Porém, no ano passado, torcedores do Corinthians causaram um homicídio em território boliviano ao dispararem um sinalizador dentro de um estádio. Depois do ocorrido e da posterior soltura dos elementos envolvidos, alguns deles foram flagrados em brigas durante jogos do Brasileirão. Vergonha!

Seria errado colocar os pais numa casa de repouso?




Muitas pessoas de bem, quando chegam a uma certa etapa de suas vidas, deparam-se cedo ou tarde com um preocupante problema: como manter o pai ou a mãe dentro de casa quando um deles, ou ambos, numa avançada idade, tornam-se doentes e passam a depender dos cuidados especiais de alguém?

Nessas horas difíceis, uns permanecem até o fim ao lado de seu genitor e compartilhando do mesmo ambiente enquanto que outros contratam um enfermeiro, ou um ajudante capacitado, para tal objetivo. Porém, há filhos que, por variadas razões, optam pelos serviços de uma casa de repouso, termo que hoje em dia seria mais digno do que o vocábulo asilo.

Ocorre que o fato dos filhos tomarem a decisão de colocar os pais num lar para idosos ainda é muito mal vista dentro da nossa sociedade. Principalmente pelas mentes hipócritas mais julgadoras sempre prontas a atirar a primeira pedra no outro sem nem ao menos conhecerem de perto a realidade fática de cada caso. Muitos até consideram essa atitude como uma violação do mandamento bíblico da Lei de Deus sobre honrar pai e mãe (Ex 20:12; Dt 5:16), o que, no meu ponto de vista, seria uma má interpretação das Escrituras Sagradas.

Como se sabe, há idosos que são mal cuidados em todos os lugares. Uns ficam esquecidos num asilo qualquer enquanto outros encontram-se assim dentro da própria casa! Não recebem um pingo de atenção, são tratados com as mais estúpidas grosserias e nem mesmo ouvem um bom dia ou ganham um beijo de boa noite antes de dormir. Isso quando não têm a aposentadoria subtraída pelos filhos, os quais só querem saber de ter o pai por perto para ficarem com o dinheiro do velho.

Por outro lado, existem aqueles idosos que, por razões éticas e psicológicas mal resolvidas, insistem em ser um peso além da conta para os filhos. Pois, por mais que estes tentem dar amor e carinho na medida das possibilidades, o pai ou a mãe estão sempre a inventar situações preocupantes com a saúde, implicam com o genro ou com a nora, criam dramas emocionais de todos os tipos, fogem de casa sem avisar deixando a família inteira em estado de alerta e não querem de modo algum tentar ser felizes na terceira idade procurando os saudáveis grupos de convivência. Enfim, conscientemente ou não, tais pessoas atentam contra o sossego, o casamento e até o desempenho profissional dos filhos de modo a tornar insuportável o ambiente no lar.

Além disso, há inúmeras situações de doença que extrapolam as condições dos filhos, os quais nem sempre dispõem de recursos financeiros para pagar pelos serviços de um cuidador especializado. E não apenas pode faltar a grana como também tempo, espaço adequado na casa, um mínimo de conforto para todos e ainda aquela dose necessária de atenção. Aí manter o pai ou a mãe dentro de casa numa situação dessas torna-se até algo desumano e irracional.

Ocorre que muitas das vezes os nossos valores morais e religiosos impede-nos de racionalizar corretamente as coisas. O honrar pai e mãe significa antes de tudo a expressão de um princípio amoroso de relacionamento familiar, um mandamento que é via de mão dupla como bem interpretou o apóstolo Paulo ao reconhecer deveres tanto para os filhos como para os genitores (conferir Ef 6:2-4). E aquilo que a Bíblia condena expressamente seria o desprezo do filho (Dt 27:16), algo caracterizado pelo abandono de fato e que costuma ser motivado por ódio, rancor e casos de extremo egoísmo pessoal.

Assim sendo, penso que um idoso hospedado num abrigo pode muito bem continuar amado pelos filhos e netos recebendo visitas regulares. Se as condições de saúde permitirem, os filhos podem, por exemplo, levar o pai para almoçar com eles nos finais de semana, trazê-los para as comemorações religiosas e familiares, estarem presentes em determinados exames e consultas médicas, bem como prestarem toda a assistência necessária. Em tal caso, o pai ou a mãe não ficariam desamparados, mas estariam sendo cuidados pela sociedade e acompanhados dignamente pelos de sua parentela.

Sem dúvida que tudo isso precisa ser bem trabalhado com cada família. Justamente porque a casa de repouso ainda é vista por muitos como um local de abandono e de descarte de pessoas, sendo bom que uma decisão dessas seja precedida do apoio psicológico e até mesmo passar pela orientação do pastor religioso da pessoa. Aliás, a própria igreja/congregação pode desenvolver um ministério especificamente para assistir o público de terceira idade e seus parentes próximos prestando amparo espiritual afim de que o amor nunca cesse entre pais e filhos. Afinal, neste aspecto, pouco importa a forma como que a atitude amorosa vai se manifestar.

Uma ótima semana para todos!


OBS: Foto acima extraída de um site do governo do Rio de Janeiro onde a Secretaria de Estado de Saúde noticiou informações sobre cursos para cuidadores, conforme consta em http://www.rj.gov.br/web/ses/exibeconteudo?article-id=1305933

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Banquetes e funerais



"Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração. Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. O coração dos sábios está na casa do luto, mas o dos insensatos, na casa da alegria (...) Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio (...) No dia da prosperidade, goza o bem; mas no dia da adversidade, considera em que Deus fez tanto este como aquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele." (Ec 7:2-4,8a,14; versão ARA, 1993)

No sábio livro de Eclesiastes, o autor sagrado fala sobre algo que espanta a muitos. Na passagem acima, ele reflete a respeito do aprendizado que podemos extrair dos momentos ruins, entre os quais a indesejada morte física das pessoas. Algo que, ao mesmo tempo, vem nos proporcionar uma importante perspectiva em relação à própria vida sendo certo que a sepultura é o destino de todos os seres humanos.

É certo que de modo algum devemos preferir a tristeza no lugar da alegria. A Bíblia ensina para que escolhamos a vida praticando os mandamentos da lei divina (Dt 30:15-20). Porém, muitas das vezes o homem só passa a compreender melhor o lado bom de sua existência quando prova aquilo que é ruim ou amargo.

A maioria das pessoas em nossa sociedade busca desesperadamente esquecer os maus momentos. Atualmente, muitos preferem ingerir um comprimidinho afim de dormir do que enfrentarem a angustiosa realidade. Já outros enchem a cara de cachaça quando precisam suportar determinadas perdas, deixando-as mal resolvidas. Na primeira oportunidade, tais pessoas trocam logo o luto por uma alegria frívola e daí a risada do insensato ser bem comparada ao crepitar da lenha debaixo de uma panela (Ec 7:6).

Contudo, o homem sábio consegue aprender com qualquer situação porque para ele o fim das coisas, inclusive o evento morte, faz com que o seu coração valorize as melhores coisas dessa nossa curta experiência terrestre. Pois quem cultiva tais reflexões de uma maneira sadia e sensata certamente está mais próximo de descobrir o significado da vida escolhendo o que há de melhor para ser feliz.

Neste verão em que hoje a população do Sudeste brasileiro sofre com a falta d'água decorrente dessa prolongada onda de calor e ausência de chuvas, aprendemos a valorizar a importância dos recursos hídricos (tomara que em algum dia o nosso povo deixe de lado a cultura do desperdício). E, igualmente, assim ocorre diante das adversidades sendo que passamos a não jogar mais o tempo fora com a insensatez. E por desconhecemos como será o amanhã, aprendemos que o nosso coração precisa estar preparado para tudo, valendo ressaltar aqui o grandioso valor da sabedoria:

"A sabedoria protege como protege o dinheiro; mas o proveito da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor." (Ec 7:12)

Portanto, meus amigos, desejemos dias felizes, mas que tenhamos abertura suficiente em nossas mentes para podermos aprender com as adversidades. E que a sabedoria ensine ao coração de cada um de nós em todo o tempo.

Tenham todos uma ótima quinta-feira!


OBS: A foto acima foi extraída do acervo virtual da Wikipédia e se refere a um funeral em Honduras. A autoria da imagem é atribuída a Zack Clark e disponível ao domínio público, conforme consta em http://he.wikipedia.org/wiki/%D7%A7%D7%95%D7%91%D7%A5:HN998sRamon~atFuneral2.jpg

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Chega de exclusão na era digital!




Como se já não bastassem as barreiras aos analfabetos, idosos, pessoas portadoras com deficiência ou com necessidades especiais, temos visto em nossos dias o surgimento de mais um obstáculo capaz de excluir muitos cidadãos brasileiros neste século XXI. Trata-se do uso cada vez mais dependente e obrigatório da informática no cotidiano das pessoas, bem como dos profissionais dos mais diversos ramos, de modo que aquilo que deveria vir para facilitar as nossas vidas acaba se tornando um tormento para uma significativa parcela da população.

Embora possamos dizer que, nessas duas últimas décadas, a era digital só esteja começando, não raramente encontramos idosos com dificuldades para sacar a aposentadoria nos caixas eletrônicos. Nem todos os consumidores sabem como acessar de um computador a própria conta bancária de modo que as filas nas casas lotéricas continuam cheias sendo ainda uma das maneiras preferidas do brasileiro para pagar as contas. Talvez porque essas pessoas também encontrem alguma compensação no convívio humano na companhia de outros consumidores/apostadores durante os vários minutos em que aguardam pelo atendimento.

No entanto, a internet não se faz presente apenas no sistema bancário. Ela é a ferramenta utilizada pela arrecadação fiscal e por quase a totalidade dos serviços públicos federais. Documentos oficiais já são assinados digitalmente e uma grana bem alta do governo é gasta para a aquisição de equipamentos, softwares, licenciamento e manutenção. Isto sem nos esquecermos das constantes quedas de sistema gerando frustrações e dificuldades para todos porque o cidadão passa a ficar em função desse meio eletrônico já que nem sempre o papel é aceito. Há casos em que até a matrícula da criança na escola tem que ser feita pelos pais no computador...

Esta segunda-feira (10/02/2014), a advogada Deborah Maria Prates Barbosa foi homenageada na sessão do Conselho Federal da OAB pela luta que tem travado em defesa da inclusão digital. Cega, a profissional obteve junto ao Supremo Tribunal Federal o direito ao peticionamento físico enquanto o Processo Judicial Eletrônico (PJe) não estiver totalmente adaptado às pessoas com deficiência. Após ter seu pedido negado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Deborah recorreu ao STF e conseguiu reverter a situação. Foi o que declarou a nobre profissional que, além desta conquista, também eve reconhecido o direito de circular pelas dependências do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro com o seu cão-guia:

"Para conseguir a igualdade é preciso que haja oportunidade, mas essa oportunidade precisa estar acessível (...) Fui posta para fora da minha profissão, sofri humilhação por ter que pedir ajuda aos colegas para fazer o peticionamento eletrônico. Isso é desumano e vil. Fico alegre de representar no Conselho Federal as pessoas com deficiência (...) Estou aqui para mostrar a minha necessidade e para contaminar cada um para que tenhamos um mundo melhor para todos, inclusive para aqueles fora do padrão normal."

De acordo com Marcus Vinicius, presidente nacional da OAB, "a questão não é a pessoa com deficiência, mas uma sociedade que lhe impõe barreiras intransponíveis". Ou seja, devido aos nossos valores egoístas e que não levam em conta a condição do próximo, criamos um mundo que seja conveniente para alguns e não para todos. Os interesses econômicos prevalecem sobre os direitos sociais de modo que não vejo outra explicação para o fato do Brasil hoje estar utilizando o processo digital com uma abrangência muito maior do que em outros países onde a população possui um nível superior de escolaridade e de instrução. Verifiquei isso quando, há alguns anos atrás, dei entrada no meu pedido de cidadania europeia no consulado grego. Afinal, por que razão essa moda de assinatura digital não pegou na UE como vem ocorrendo no lado de cá do Atlântico?!

Antes de terminar este texto, lembro aqui dos versos do livro bíblico de Isaías os quais Jesus teria certa vez citado quando indagado pelos discípulos de João Batista (Mt 11:4-5; Lc 7:22). Pois sendo um homem com a mente a frente de sua época, o profeta soube idealizar um futuro de redenção da humanidade em que as barreiras sociais serão desfeitas e os deficientes finalmente viriam a ser inclusos na comunidade (conf. Is 29:18; 35:5-6). Para conseguir sensibilizar seus contemporâneos, contam as Escrituras Sagradas que Isaías chegou a fazer até um protesto nu durante três anos (Is 20:2-3)!

Contudo, milênios após essa transformadora mensagem ter sido escrita, nossas autoridades ainda não compreenderam que o verdadeiro progresso é realizado incluindo pessoas e não marginalizando-as. Quer seja o pobre, o analfabeto, o deficiente, a mulher, o idoso e a criança, todos precisam ser ouvidos e receber a oportunidade necessária para participarem construtivamente de um mundo melhor. Pois só levando em conta esse princípio é que chegaremos a algum lugar no amanhã.


OBS: Imagem acima extraída de uma notícia do site do Tribunal de Justiça do Estrado do Rio de Janeiro sobre o processo eletrônico nas serventias judiciais.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Oremos pela paz no nosso BRASIL querido!



"Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus." (Evangelho de Mateus 5:9)

A notícia que correu o mundo sobre o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Idílio Andrade, ferido por um explosivo durante as manifestações de quinta-feira (06/02), no Rio de Janeiro, tem chocado a opinião pública e deve fazer com que a nação pare um pouco para refletir sobre esses fatos.

Meus amigos, o que está acontecendo com o nosso Brasil???!!!

Por que tanta brutalidade e selvageria nas ruas daquela que um dia foi chamada de Cidade Maravilhosa nas canções populares?

Para onde foi a alegria do meu Rio que, nesta época do ano, em décadas passadas, sabia melhor como celebrar a vida ao som do samba e da bossa nova?

Este já não é mais o Brasil de minha infância e nem dos tempos de meus pais e avós. A violência hoje toma conta dos grandes centros urbanos, criminosos de dentro dos presídios impõem o terror no Maranhão e os protestos de rua estão cada vez mais lembrando as cenas que, até uns anos atrás, eram típicas das guerras no Oriente Médio.

Lamentavelmente, do meio do ano de 2013 para cá, parece que uma nuvem negra pairou sobre os céus estrelados da nação trazendo para o nosso cotidiano manifestações políticas bem conflituosas. Junto com o despertar da cidadania, surge também a barbárie sendo que esta hoje constitui uma ameaça tanto à paz como à própria democracia.

Onde é que vamos parar?! E qual será o futuro de um país onde o trabalho da imprensa não está sendo respeitado, a todo momento um ônibus é incendiado, ou bens públicos são destruídos por vândalos baderneiros que não sabem como expressar legitimamente suas reivindicações?

A situação está se tornando cada vez mais preocupante de modo que precisamos de muitas orações e levar o nosso povo a uma reflexão do ponto de vista espiritual sobre o que está ocorrendo com a agitação desse grande mar. Oremos também para que o cinegrafista Santiago se recupere e tenha a sua saúde plenamente restabelecida.

Uma ótima semana para todos!


OBS: Foto acima extraída da Agência Brasil de Notícias conforme consta em http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-02/jornalista-ferido-em-protesto-continua-internado-em-estado-grave

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O contentamento com a porção recebida



"Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda; também isto é vaidade." (Eclesiastes 5:10; ARA)

A Bíblia não condena a posse e o uso das riquezas. Em nenhum lugar das Escrituras Sagradas diz que seja pecado alguém ter bens materiais ou se beneficiar de uma remuneração mais elevada em seu salário. Contudo, é do apego ao dinheiro que devemos fugir.

Na sabedoria do livro de Eclesiastes, o seu autor reflete a respeito desse amor às riquezas considerando tal atitude uma "vaidade" (futilidade; inutilidade) sendo que a morte física ou o infortúnio podem colocar fim a todo trabalhoso acúmulo de bens. Neste caso, quando se perde tudo em vida, nem mesmo uma herança resta ao descendente (Ec 5:14). Mas em ambas as situações, quer alguém morra rico ou pobre, de qualquer modo o sujeito ajuntou para "o próprio dano" existencial (v. 13). Ou seja, o ambicioso em excesso fez de sua vida terrena uma infelicidade mesmo com as altas cifras pontuadas em sua conta bancária.

Ao contrário disso, o escritor sagrado propõe que o homem aprenda a tirar o melhor proveito do resultado de seu trabalho. Ele dá o seguinte conselho aos seus leitores:

"Eis o que eu vi: boa e bela coisa é comer e beber e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, com que se afadigou debaixo do sol, durante os poucos dias da vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção. Quanto ao homem a quem Deus conferiu riquezas e bens e lhe deu poder para deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus. Porque não se lembrará muito dos dias da sua vida, porquanto Deus lhe enche o coração de alegria." (Ec 5:18-20)

Por mais passageira que seja a nossa experiência terrestre, importa que ela seja vivida com o devido contentamento dentro dos limites da porção de cada um. Os planos e os projetos futuros não podem roubar a degustação do momento presente no qual a alegria deve ser desfrutada independentemente da quantidade de recursos. Logo, se não tenho isto ou aquilo, nada impedirá que eu seja feliz caso esteja interiormente satisfeito.

Numa época de intenso consumismo como é na atualidade, pessoas podem se deprimir facilmente por não poderem comprar um carro novo, adquirir a novidade tecnológica lançada recentemente, guardar no armário a roupa da última moda lançada pela alta costura ou ainda fazer aquela sonhada viagem para o exterior. A mídia com a sua enorme oferta de publicidade faz de cada telespectador um consumidor em potencial enquanto a pessoa assiste a TV e assimila os seus valores pobres. Só que depois surge uma enorme frustração quando o sujeito cai na real. Pois mesmo se ele chega a adquirir o tão desejado bem, aquilo nunca irá satisfazê-lo de fato por completo.

Na verdade, a nossa alma precisa é da presença de Deus! O corpo pode necessitar nutrir-se dos alimentos e se cobrir com as vestes para melhor proteger-se das temperaturas mais baixas, mas nada no Universo físico será suficientemente capaz de satisfazer a sede espiritual de cada coração humano. Pois no fundo somos como a menina rica que, sendo desposada por um humilde operário, somente ficará satisfeita com o amor do marido. Este jamais conseguirá proporcionar a ela o conforto da casa paterna com o qual estava acostumada antes do casamento. Porém, ela achará uma incomparável felicidade nos afetos recebidos ao lado de um amor verdadeiro do que no luxo vazio de uma mansão.

Meus queridos, sendo a nossa alma de nobre linhagem celestial, devemos é querer nos fartar com as coisas lá de cima. A Palavra de Deus é sim o maná de que precisamos para sermos felizes neste mundo e encontrarmos real contentamento independente do tamanho da porção que se tem. Portanto, aproveitemos bem a vida vendo-a como um maravilhoso presente divino.

Um ótimo dia para todos!


OBS: A ilustração acima trata-se do quadro Colha seus botões de rosa enquanto podes do artista inglês John William Waterhouse (1849 - 1917). Extraí a imagem do acervo virtual da Wikipédia em http://en.wikipedia.org/wiki/File:Waterhouse-gather_ye_rosebuds-1909.jpg 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Driblando o calor...




Para enfrentar as recordistas temperaturas que têm feito aqui no verão do RJ, eu e Núbia resolvemos comprar uma piscina de armar e montá-la no gramado ao lado da nossa casa. Fizemos a aquisição pelo Walmart e conseguimos encontrar o produto por um valor de pelo menos R$ 100,00 mais barato do que em outros concorrentes da internet como as Lojas Americanas e o Submarino.

No entanto, a piscina demorou ainda vários dias para chegar após a confirmação do pagamento. Passamos janeiro praticamente todo nos derretendo dentro de casa e aliviando o calorão através das constantes chuveiradas. Os banhos de mangueira noturnos foram quebrando o galho até que, na semana passada, os Correios entregaram a nossa tão esperada compra. E quase não me encontraram em casa sendo que eu aguardava que o Walmart cumprisse aquilo eu havia escolhido em seu site que seria a entrega agenda (a data prevista era pra manhã 07/02). Cheguei até a reclamar sem sucesso no SAC deles! Mas há males que vêm pro bem e o carteiro me procurou em sua 3ª e última tentativa no dia seguinte após o envio da reclamação que eu havia feito também na internet.

Para armar a piscina não foi nada fácil! Núbia e eu penamos para encaixar os ferros por dentro da lona e depois acertar os parafusos. Lá se foi uma boa parte da tarde de sexta-feira por conta disso. Um trabalhão! Porém, tudo valeu a pena porque pudemos passar o final de semana nos refrescando durante as várias horas do dia. No final das tardes, a água ficava então bem morninha. Uma delícia!

Neste último domingo (02/02), enquanto eu estava trabalhando na praia vendendo sorvete (picolés), minha sogra Nelma veio tomar banho junto com Núbia na piscina. Para a minha surpresa soube depois através da esposa que sua mãe nunca havia entrado num recipiente daquele. Sério! A tarde de ontem foi o seu primeiro banho de piscina em praticamente 80 anos.

De acordo com a meteorologia, tão cedo o tempo não deve mudar aqui no RJ bem como em grande parte do Sul e do Sudeste do país. Este tem sido um dos verões mais quentes nos últimos anos, o que significa que teremos um começo de fevereiro com bastante calor. Pelo menos até o final da semana não há previsão de chuva de maneira que a piscina ainda deverá ser bem usada aqui em nossa casa.