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terça-feira, 8 de outubro de 2013

A causa dos professores



Após as manifestações de junho, o governo federal tomou uma decisão importante que foi priorizar a educação e a saúde através de uma destinação maior de recursos dos royalties do petróleo. Muito bom!

No entanto, vejo certa incoerência em relação aos profissionais de ensino. Se, por um lado, Dilma resolveu começar as mudanças na saúde pela valorização dos médicos, oferecendo-lhes um satisfatório salario de R$ 10.000,00 (dez mil reais), algo bem acima da média nacional, penso que a nossa presidenta foi de algum modo omissa quanto aos professores.

É lamentável reconhecer que, na maioria dos estados e municípios brasileiros, os professores continuam mal remunerados. Pois, tendo em vista a importância social da função que exercem, nossos mestres deveriam estar recebendo salários proporcionalmente dignos e que lhes ofereçam conforto e mais tempo para se dedicarem/atualizarem, além de outros incentivos à pesquisa. E, considerando que muitos desses nobres profissionais precisam trabalhar o dia inteiro em diversas escolas, é inegável que grande parte da categoria tenha uma péssima qualidade de vida e desenvolva um forte sentimento de revolta, o que, por sua vez, acaba sendo transmitido para os alunos e contaminando a sociedade a ponto de criar um preocupante ambiente de desequilíbrio político. Isto sem nos esquecermos também da má formação dos jovens da rede pública educacional. Os donos de escolas particulares agradecem.

Vergonhosamente, políticos como o Sr. Eduardo Paes (PMDB-RJ) parecem não estar nem aí a ponto do chefe do Poder Executivo Municipal ter mantido o corte no ponto dos grevistas como informou a reportagem do Jornal do Brasil. Pois, se os nossos representantes fossem de fato comprometidos com a educação, os professores do Rio de Janeiro não precisariam permanecer por tanto tempo de greve. É graças à intransigência do prefeito da Cidade Maravilhosa que os alunos cariocas estão sendo prejudicados com uma paralisação que já dura 53 dias.

Como o problema não é exclusivo do Rio, já que Goiânia também está de greve (ver matéria do G1), penso que o governo federal deveria intervir criando um programa nacional para todos os professores afim de que haja uma plano de carreira unificado com a padronização dos salários no país todo. A administração escolar poderia permanecer com os estados e municípios, mas os profissionais do ensino passariam a receber diretamente do MEC.

Nunca a educação alcançou tanta importância em face da crise social que atravessamos e do mal desempenho do Brasil no ranking mundial, como já tive a oportunidade de compartilhar aqui neste blogue através do artigo Será preciso mais do que dinheiro para a educação melhorar, publicado em 27/06/2013. Só que os políticos parecem não querer enxergar! E, vivendo num tempo em que falta disciplina e já não há mais respeito entre as pessoas, urge reformar a educação através de um ensino integral de qualidade onde a ética possa ser bem trabalhada nas escolas de todo o país. Mas, sem o professor, como chegaremos lá?!


OBS: Foto do Sepe/Rio, extraída de uma matéria da Agência Brasil de Notícias sobre os professores estaduais, conforme consta em http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2013/08/justica-do-rio-impede-corte-de-ponto-de-professores-estaduais-em-greve

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