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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Será preciso mais do que dinheiro para a educação melhorar



Segundo uma recente notícia divulgada pela BBC, o Brasil ficou em penúltimo lugar dentro de um ranking global de educação que comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores. Trata-e de uma pesquisa encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU) e que fora solicitada pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países.

Em primeiro lugar ficou a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong. Os quarenta países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição.

Pois bem. As pressões populares fizeram com que o nosso Congresso, após ter enterrado a PEC 37, aprovasse ontem a destinação de 75% dos royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde. Excelente! Mas será preciso muito mais do que dinheiro para mudarmos esse quadro!

Analisando os sistemas educacionais bem sucedidos, o estudo feito pela EIU concluiu que investimentos são importantes, porém não tanto quanto manter uma verdadeira "cultura" nacional de aprendizado, que valoriza professores, escolas e a educação como um todo. Daí o alto desempenho das nações asiáticas no ranking. Nesses países, o estudo tem um distinto grau de importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos filhos são muito altas.

Questiono. Será que, depois da votação ocorrida esta semana o Parlamento brasileiro, os salários dos professores nas escolas públicas dos municípios não precisará aumentar?

Poderemos nos conformar com a precária estrutura dos prédios das nossas escolas, a falta de espaço, de profissionais, de materiais e de conforto?

E o tempo em que a criança e o jovem passarão na escola? A partir do próximo ano letivo não poderíamos ter um ensino em horário integral onde o aluno entre às sete e meia da manhã pelos portões da instituição e volte pra casa somente depois das quatro da tarde?

Penso que, além do empenho de todos (governos, professores e pais de alunos), falta criar um ambiente favorável ao aprendizado no nosso país, como a pesquisa da EIU bem constatou. Em matéria de educação, não basta o cidadão e o contribuinte simplesmente dizerem: "Eu tô pagando". É preciso um envolvimento direto da sociedade, um interesse real para que as nossas crianças aprendam e tenham prazer de estar na escola, dando continuidade ao aprendizado no ambiente familiar. Logo, vamos ter que cobrar tudo isso dos nossos prefeitos e acompanharmos os trabalhos de cada diretor de escola a começar pelo estabelecimento de ensino do nosso bairro ou onde nossos filhos se encontram matriculados.

Talvez os pais precisem se comprometer em estarem presentes em dois tipos de reuniões: assembleias que deliberem sobre a gestão escolar e reuniões com os professores para saberem como anda o aprendizado do filho. Posso dizer que tudo isso me lembra bem a conhecida frase de um ex-presidente norte-americano que foi assassinado na década de 60, o Jonh Kennedy:

"Não pergunte o que seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por seu país"

Mais do que nunca o cidadão brasileiro precisa se importar com a educação. A hora da mudança chegou! Teremos que digerir da melhor maneira os recursos bilionários que virão por aí de modo que a energia dos protestos precisará ser proativamente canalizada para o desenvolvimento de propostas as nível local.

Um bom dia para todos!


OBS: Foto da Agência Brasil atribuída a Fábio Rodrigues Pozzebom. Foi extraída de http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2013/05/projeto-que-destina-todo-o-dinheiro-dos-royalties-do-petroleo-para

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