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terça-feira, 5 de março de 2013

Sete anos de matrimônio




Ontem (04/03), eu e Núbia comemoramos o nosso sétimo ano de casados. Glória a Deus!

O número sete não deixa de ser emblemático. Nas tradições bíblicas, simboliza a perfeição de modo que alguns consideram-no como sendo o "número de Deus". Isto porque, além de outras passagens das Escrituras, foi ao sétimo dia que o Criador descansou de toda a obra que fizera (Gn 2:2-3). Logo, o sétimo ano de união conjugal pode ser festejado como uma benção.

No entanto, há pessoas que não entendem dessa maneira e falam na então denominada "crise dos sete". Para muitos seria quando a relação do casal começa a experimentar o desgaste devido à cansativa rotina e ao enfrentamento de turbulências que toda família sofre.

Mas será que o tempo deve ser considerado um fator de desgaste para um casamento?!

Até quando as pessoas vão ter que se alimentar de boas emoções passageiras ao invés de estabelecerem o firme fundamento de suas relações?

Não poderia ser o contrário? Quanto mais tempo passar, mais sólido ficaria o matrimônio?

Em seu primeiro sinal (milagre) registrado no Quarto Evangelho, Jesus transformou a água em vinho justamente numa festa de núpcias em Caná da Galileia que pode ser lido em João 2:1-11. Embora tal passagem tenha um significado espiritual mais profundo e relacionado à missão do Filho de Deus (no que talvez diga respeito à substituição das águas do ritual judaico de purificação pela vida eterna no Reino de Deus), há muitos pregadores que aplicam o relato bíblico em questão aos casamentos. E, neste caso, a metáfora cai muito bem quando refletimos sobre o porquê do melhor vinho ter sido servido ao final da celebração, como indagou o mestre-sala ao noivo desconhecendo o milagre:

"Todos costumam por primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora" (verso 10; ARA)

Ora, se a vida a dois for comparada a uma festa qualquer continuará sendo uma tragédia existencial de grande parte dos seres humanos. Seus primeiros momentos serão alegres e comemorados com a melhor bebida - o vinho de alta qualidade com sabor apurado e sem provocar dores de cabeça. Aí, nos anos seguintes, o casal deixa de tomar um fermentado de reserva para ingerir algo mais comum. E, no final, os decênios de convivência passam a ser comparados com um vinho de garrafão. Se for seco ou suave já nem importa mais.

Não é bom que os casamentos sejam assim!

Se fizermos da passagem bíblica em comento uma promessa para quem busca a Deus, poderemos crer que os últimos anos de um casal de fé serão mais felizes do que os primeiros. Ainda que passando por dificuldades financeiras, problemas, doenças, tentações e dores nas suas emoções, ambos "beberão" do melhor "vinho" que os anjos do Eterno irão servir em taças de ouro. Até na velhice, a experiência dos dois superará o júbilo da lua de mel!

Sem nenhum objetivo de vestir a máscara do bom marido, como se precisasse fingir para a sociedade de que eu e Núbia viveríamos nos mar de rosas continuamente, o que não seria verídico, quero apenas terminar compartilhando que minha experiência ao seu lado é mais um aprendizado evolutivo. Tanto o vigor da juventude quanto a descoberta da paixão são coisas passageiras. Um dia tudo acaba. Porém, é o amor que fica, renovando-se a cada momento e crescendo como uma pequena semente plantada lá atrás. E eis aí o segredo desse ensino das homilias cristãs. As relações precisam ser fundamentadas sobre a rocha daquilo que é permanente e não sobre a areia das emoções instáveis.

Que Deus abençoe todos os casais e seja o Eterno a Rocha das famílias dos povos!


OBS: A ilustração acima refere-se à obra As Bodas de Caná do artista italiano Giotto di Bondone (1267 - 1337) que se encontra na Cappella degli Scrovegni, em Pádua, região do Vêneto, Itália.

Um comentário:

  1. Ontem, no final da tarde, comemos um bolinho e coco com umas empadinhas de queijo que minha amiga Cleide, que trabalha na sorveteria da Moleka em Muriqui, preparou com bastante carinho. Estava uma delícia! Acabou sendo só uma comemoração em família, mas Núbia ficou super feliz pela ocasião.

    A saúde de Núbia já está bem melhor, o que já é um outro motivo de festejo se recordarmos que, na metade do ano passado, ela precisou ser internada. Glória a Deus pela recuperação dela!

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