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quarta-feira, 27 de março de 2013

Cristo é a nossa Páscoa!

A salvação é dom gratuito de Deus dado a todos, mas, quanto a ter fé para poder gozar a eterna salvação, seria uma opção de cada um.

Nossas traduções bíblicas traduziram muito mal o texto grego do Novo Testamento porque o correto seria o "fidelizar" e não um simples "acreditar". Mais de um milênio e meio depois de S. Jerônimo ainda se repete aquele mesmo erro cometido na redação da Vulgata...

A salvação é experimentada pelos que fidelizam de coração e a mensagem do Evangelho é para que todos os homens de todas as tribos e nações fidelizem com Deus em Cristo. É vivendo em Cristo que somos realmente libertos (liberdade seria um aspecto da salvação).

Na concepção da Torá, a liberdade dos filhos de Israel foi conquistada na ocasião da Páscoa e daí essa época significar a libertação histórica dos judeus - o Independence Day hebraico. Por conta disso, há uma interminável polêmica no meio evangélico se o cristão deve ou não comemorar a Páscoa...

A meu ver, assim como se torna estéril essa discussão, vejo pouco sentido para um não judeu a celebração cultural do Pessach. Porém, a essência da festa pascal seria a mesma para todo ser humano crente que habita o planeta pois se trata do êxodo de nós todos. A saída do tenebroso reino do pecado e da morte para a maravilhosa luz.

Todo aquele que vive em pecado faz-se escravo de seu comportamento compulsivo e errado. Porém, Cristo é o chamado do homem para a verdadeira liberdade. Uma liberdade que não depende de correntes físicas ou não, bem como de dinheiro, autonomia política ou possibilidade de locomoção. Uma liberdade que nos desafia a conquistá-la com um viver paciente, amoroso, de renúncia, promoção da paz e alegria interior. Ou seja, a vida que Cristo Jesus manifestou.

Cristo é a nossa Páscoa! Aleluia! Vamos celebrar!

Um abraço e bom feriado a todos.

terça-feira, 19 de março de 2013

O péssimo atendimento da Oi Fixo nas cidades menores

É incrível como a Oi Fixo (antiga Telemar) presta um péssimo serviço nas cidades menores do interior fluminense...

Estou morando em Muriqui, 4º Distrito de Mangaratiba, desde o dia 21 de agosto do ano passado. E, no final de fevereiro, solicitamos o uso do VELOX para o telefone de nossa residência cuja titular é a minha cunhada. Aqui na localidade, não há outro provedor de acesso a internet senão essa coisa da Oi que nem sei se posso chamar de provedor.

Pois bem. Mal solicitamos o serviço e pelo que parece a empresa não respeitou a privacidade do consumidor quando parece ter repassado os nossos dados e contato para que outros provedores de serviço como o UOL e o Terra começassem seus assédios de vendas via telemarketing tentando ludibriar a cunhada como se fosse uma condição necessária contratá-los para acessarmos a rede mundial de computadores. Tive que orientá-la a dizer não...

Porém, não foi só isso. Dentro de alguns dias, chegou o kit do VELOX com o modem e demais acessórios. Fiz a instalação, porém a internet não funcionou. Reclamei por telefone, não resolveram e entrei com uma reclamação na ANATEL, em 08/03, nestes termos:

"Solicitamos para o nosso telefone residencial (...), em nome da usuária Sandra Maria Cilense, a instalação do VELOX. A empresa enviou o modem, fiz a instalação, mas não foi possível a conexão. No aparelho fica piscando a liz DSL continuamente! Dia 05/03, abrimos uma reclamação na prestadora (protocolo n.º 20131038039899) e foi dado o prazo de 48 horas para solução. Porém, eis que, até o momento, o serviço não está funcionando e a empresa nem ao menos enviou um técnico à residência para solucionar o problema apesar do prazo de 48 horas. Peço providências e aguardo um retorno."

E vocês acham que a Oi resolveu? Que nada! Ainda tiveram a pachorra de fornecer uma resposta insatisfatória de tentativas frustradas de contato justo no último dia do prazo para resposta, despertando a desconfiança de que mentiram:

"Após diversas tentativas de contato com o Sr.Rodrigo(reclamante)no dia 15/03/2013,ás 17h10min,17h15min,17h30min.Através dos terminais (...).Não foi possível atender a solicitação do cliente."

Reabri ontem a reclamação na agência reguladora e com isto eles ganharam mais uns três dias úteis de prazo para solucionarem o problema. Só que dessa vez, se a empresa mantiver seu comportamento abusivo, pretendo ingressar com uma ação no Juizado Especial Cível como já fiz por várias vezes quando morei em Nova Friburgo, região serrana.

Nos meses em que morei no Rio de Janeiro, confesso que o atendimento da Oi é um muito melhor do que no interior. Além de eles terem muito mais profissionais a disposição do público, existe a concorrência com outras empresas como a NET da qual fui cliente no Grajaú. Aqui, todavia, vigora o monopólio privado. Um atraso que não tem explicação.

quinta-feira, 14 de março de 2013

O novo francisquismo católico

Sem sobra de dúvidas que Francisco de Assis (1182-1226) foi uma exemplar figura na história do cristianismo. Uma ilha de amor no obscuro mar de estupidez da Idade Média. Um homem que chegou a sofrer perseguição por dedicar-se com empenho e sinceridade aos pobres sendo que, por pouco, teria escapado de morrer queimado como "herege".

Inegavelmente que os líderes da religião têm a maestria de fazer com que postumamente os seus profetas rebelados tornem-se aliados do cruel sistema vigente. Se Francisco de Assis foi odiado por muitos homens poderosos do clero católico nos dias de sua encarnação, eis que, depois dele, vieram a transformá-lo em mais um "santo". Suas palavras e atitudes, posteriormente interpretadas em conformidade com a cúria romana, passaram a justificar ou mascarar os erros repetidamente praticados pelas gerações.

O catolicismo, assim como muitas outras seitas cristãs, é hábil em cometer esse tipo de pecado. Os padres usam e abusam do fermento daqueles fariseus da época de Jesus contra os quais nosso Senhor assim clamou em Jerusalém dias antes de ser crucificado:

"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque edificais os sepulcros dos profetas, adornais os túmulos dos justos e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas! Assim, contra vós mesmos, testificais que sois filhos dos que mataram os profetas. Enchei, vós, pois a medida de vossos pais. Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno? Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas. A uns matareis e crucificareis; a outros açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade; para que sobre vós recaia todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue de Zacarias, filho de Beraquias, a quem matastes entre o santuário e o altar" (Mateus 23:29-35; ARA)

Como a cúria romana escapará da "condenação do inferno"? (rsrsrs) Porém, nem tudo o que Deus vê os homens conseguem perceber. E mesmo as coisas reveladas a alguns permanecem ocultas para muitos que, infelizmente, são alvos de manobras manipuladoras.

Não tenho condições de fazer qualquer julgamento contra a pessoa do novo papa Francisco da Argentina (permitam-me chamá-lo assim). Como não sou católico, só presto a atenção nas notícias principais do país vizinho que a nossa imprensa transmite, até ontem (13/03/2013), nunca havia ouvido falar no novo pope. Só que, como bem aprendi com o estudo da história, ninguém e nem os mais poderosos ditadores mantiveram-se no poder sozinhos. Logo, por mais que o líder dos católicos venha a ser um cara "gente fina", como conseguirá governar junto com um colegiados de fariseus hipócritas fortemente comprometidos com o status quo que o elegeram?

Mas agora vamos ao que interessa. Por que motivo a Igreja Católica Apostólica Romana escolheu adotar uma face mais "franciscana"? De que maneira o Vaticano pretende usar isso?

Refletindo sobre a atual crise do catolicismo, percebo que os cardeais escolheram um reformista inofensivo que, com sua imagem e atuação, pode fazer com que muitos esqueçam das necessidades de mudança e das denúncias. Francisco de Buenos Aires prometeu trabalhar pelos pobres mas não tem como esconder a sua inclinação conservadora diante de certas questões que foram enfrentadas por ele no país vizinho. Ser contra o casamento gay e a presença de mulheres na hierarquia eclesiástica seriam dois exemplos disso. Logo, tenho até dúvidas de que, durante o seu ministério, a causa pelo fim do celibato dos padres poderá acabar perdendo força e os escândalos sobre pedofilia permaneceriam encobertos na medida do possível.

Ora, nada mais inteligente do que distrair os olhares críticos das pessoas produzindo novas notícias sobre assuntos diferentes. E me parece que esse será o papel do novo papa. Enquanto ele e parte expressiva da cristandade estiverem envolvidos com projetos de baixa eficácia no combate à pobreza pela via dos paliativos filantropistas da religião, bem como por um denuncismo inocente a estadistas, não haverá tempo ou espaço para outras discussões. "Desenterrar o caso do padre que abusou do garotinho no confessionário pra quê? A Igreja está se ocupando com o fim da miséria que atinge centenas de milhões de habitantes".

Suponho que o novo papa possa conquistar inicialmente um grande apoio dos católicos progressistas e, inclusive, de setores ligados à Teologia da Libertação tão combatida por João Paulo II e mais ainda por Bento XVI. Talvez isso dê uma vantagem de tempo para os cardeais virarem a página negra sobre os escândalos envolvendo o seu banco e os padres que transam com criancinhas. Se for bem sucedido, Francisco da Argentina poderá atrair algumas igrejas reformadas mais tradicionais para um diálogo "ecumênico", mas que, talvez, não alcance tanto os países onde haja disputa com os evangélicos pelo mercado da fé a exemplo do Brasil.

Acerca da nacionalidade do papa, considero ser assunto de baixa relevância, exceto pelo fato de que a Igreja Católica esteja de algum modo assegurando a manutenção de seu maior curral religioso. Não se trata do Brasil, ainda o maior país católico do mundo somente em volume de adeptos, mas sim de toda a América Hispânica onde outros países ainda conservam o catolicismo como religião oficial sendo suas tradições mantidas com muito mais obediência. Caso as raposas do Vaticano tivessem elegido um brasileiro para ocupar a "cadeira de Pedro", seria um ponto a mais para o pretensioso petismo de Lula e Dilma que tenta fazer do Brasil um país internacionalmente presente como aparência de um falso sucesso político-econômico dessa esquerda tupiniquim. Porém, preferiram um opositor da peronista Teresa Kirchner, escolhendo uma excelente figura que poderá combater as viúvas do chavismo na América Latina.

Obama agradece.

sexta-feira, 8 de março de 2013

E se você fosse a PresidentA?

Acho que muitos brasileiros já tentaram responder à pergunta sobre o que fariam caso ocupassem a cadeira número 1 do país. Eu mesmo, desde a infância, sempre ousei dar opiniões desse tipo. Cheguei, inclusive, a formular propostas absurdas e totalmente fora da realidade.

A medida em que fui crescendo (e agora amadurecendo), bem como conhecendo a política mais de perto, minha resposta foi mudando. Passei a viajar menos na maionese e nos pitacos que emito quando me sinto indignado com o governo de modo a colocar mais os pés no chão da nossa realidade sociológica, jurídica, política, orçamentária e cronológica.

O tempo de mandato de um presidente da república é curto e muitos são os compromissos assumidos antes e depois da campanha eleitoral. O loteamento dse ministérios é um mal praticamente inevitável em nossa imensa federação que mais parece uma confederação de grupos. Conviver com o apoio de um PMDB ainda é inevitável. Pois, sem os votos desse partido medíocre e fisiológico, fica difícil conseguir governar no sentido de formar uma base aliada no Congresso para a aprovação dos projetos oficiais. Logo, é preciso ceder e nomear pessoas que detesto vê-las a frente dos órgãos públicos e entidades estatais.

Entretanto, mesmo nesse sistema viciado, há uma parcela significativa do poder que um presidente tem em sua caneta para promover alguma diferença. Nestas horas, o político não pode desperdiçar a oportunidade de procurar atender às principais necessidades coletivas do nosso povo: a saúde e a educação.

Certamente, todos os candidatos prometem cuidar dessas duas importantes áreas básicas de todo governo num país de população ainda pobre como é o Brasil. Só que, na verdade, eles prometem coisas de uma maneira genérica. São incapazes de detalhar clara e suficientemente as suas propostas bem como de enfrentar a terrível máfia da saúde. Também em nada revolucionam o ensino nas escolas públicas e aí as coisas vão mudando a passos bem lentos sendo maquiadas com números que só servem mesmo para aparentar um falso crescimento e esconder a má qualidade educacional.

Ao contrário do que propõe o pedetista Cristóvão Buarque, no que ele defende quanto à sobre a educação, penso ser desnecessário federalizar os dois serviços que o Estado necessita prestar ao povo por longas décadas. O fato do governo federal ter a maior parte da grana já permite à presidenta imprimir os critérios que serão observados por um município ou estado-membro através do condicionamento da verba. Claro que isso cria a necessidade de fiscalizar melhor a educação de base, mas é uma solução que me parece ser bem mais democrática e viável do que centralizar. Eu diria até que a municipalização seja mais acessível para o cidadão acompanhar a escola do seu filho.

Se fosse presidente, eu me preocuparia em primeiramente estabelecer um ensino em tempo integral obrigatório no país, elevaria o salário dos professores, aumentaria a quantidade de profissionais e criaria uma nova disciplina escolar. Não pensaria apenas em colocar o conteúdo programático na cabeça das crianças e dos adolescentes. Preferiria lhes proporcionar uma educação para a cidadania bem sólida para que cada brasileiro futuramente conheça melhor os seus direitos e deveres, assumindo cada qual a responsabilidade na construção do país.

E a saúde?

Bem, sendo muitos dos serviços de saúde ainda caros, deve ser dada preferência à implantação de medidas preventivas. A presidenta deveria dar uma atenção mais especial à saúde mental porque hoje as pessoas estão surtando e cada vez mais trabalhadores ficam inválidos por causa da depressão. Dona Dilma tem que enfrentar com mais garra essa epidemia do crack não apenas internando quem já faça uso da droga, mas principalmente estudando meios de evitar que outros jovens venham a cair nas armadilhas da dependência química.

Essas são algumas das opiniões de um cidadão inconformado com os rumos da nossa política. Não me julgo dono da verdade e nem acho que tenho todas as soluções. Menos ainda ignoro o que já tem sido feito, mas considero fundamental que cada brasileiro manifeste-se sem medo de dizer o que pensa porque o diálogo é fundamental para construirmos um país melhor. E nisto a internet tem muito a ajudar.

Um ótimo final de semana a todos!

quinta-feira, 7 de março de 2013

Consultas jurídicas gratuitas pela internet não mais...

Amigos internautas,

Um bom dia a todos!

Tenho recebido várias mensagens de pessoas pedindo uma orientação e até mesmo soluções para problemas específicos. Isto vem acontecendo principalmente na minha postagem de 23/03/2010, na qual escrevo sobre as enfiteuses, um tema da época do Código Civil anterior (1916) e que ainda sobrevive no nosso ordenamento jurídico porque é um direito adquirido. Leiam: Direitos de aforamento - uma relíquia jurídica que ainda atrapalha muita gente em várias cidades brasileiras

Por muito tempo respondi às dúvidas dos internautas procurando ajudar as pessoas com minhas orientações. Porém, devido a questões de tempo e disponibilidade, não posso mais prestar consultas jurídicas via internet e da forma gratuita e aberta. Além de que isto se configura uma conduta que não é considerada ética dentro da advocacia, visto não contribuir em nada para a nossa profissão hoje tão desvalorizada.

Quando alguém possui dúvidas jurídicas sobre um assunto, é preciso buscar orientações através do profissional certo: o advogado ou o defensor público. Este pode trabalhar gratuitamente para a população carente porque o Poder Público já o remunera. Mas quanto ao advogado, não sendo ele um defensor dativo, nomeado especificamente para atuar numa causa pelo juiz, precisa cobrar pelos serviços que presta e ser justamente remunerado.

Estando ainda na faculdade, tive professores que muitas vezes nos aconselharam acerca disso. Alguns deles eram advogados e donos de escritórios em Nova Friburgo, cidade serrana onde morei por mais de uma década. Diziam eles que, quando alguém vinha a eles na rua pedir um aconselhamento jurídico, davam como resposta: "procurem-me lá no escritório" ou "marquem uma hora com minha secretária".

É certo que o mercado da advocacia inchou de profissionais e poucos continuaram a cobrar pelas consultas. Advogados passaram a "doar" uma parcela do tempo e do conhecimento na expectativa de que os clientes fossem tornar a procurá-lo dando-lhes uma boa causa depois. E isto foi banalizando de uma tal forma que até os clientes ricos passaram a receber essas "promoções" jurídicas. Eu, infelizmente, acabei indo pelo mesmo caminho chegando a ter até um acanhamento de cobrar pela informação por alguém me "acessar" tanto no mundo físico como no virtual.

Entretanto, a vida tem me ensinado. E, para resumir minha história de vida, fui ganhando cada vez menos com a advocacia, enchendo-me de um trabalho cansativo, sem tempo para desfrutar com a família, pagando caro para manter em dia minha anuidade da OAB e me sentindo infeliz. Quando o dinheiro faltou (em 2012 passei por um período bem ruim), quem é que iria me ajudar pagando as contas que estavam vencendo e consumindo até meu cheque especial?! E confesso que minha situação financeira só começou a sair do sufoco quando comecei a vender picolés na praia a partir do dia 20/11 do ano passado.

Pois é, amigos. E foi vendendo picolé na praia que eu aprendi a dar valor ao trabalho. Foi o que compartilhei no artigo do dia 25/02/2013 Três meses vendendo picolé:

"(...) Um dos ensinamentos que tenho recebido com a venda de picolés diz respeito à valorização do trabalho. Logo que comecei, procurei saber qual era o preço dos outros vendedores para não ter problemas com ninguém. Disseram-me que o preço era de R$ 2,00 por cada picolé. Mas não demorou muito, eu estava fazendo promoções tipo "3 por R$ 5,00" ou "pague três e leve quatro". Comecei a arrumar encrenca e não demorou para meus colegas chamarem a minha atenção. Até o meu fornecedor veio me dar um toque. Com o tempo, vi que o cartel dos vendedores na praia era mais do que justo (nem tudo o que é legal é justo). As coisas andam muito caras e o serviço tem que ser valorizado. Afinal, entregamos o produto no local onde o cliente se encontra sem que este precise se levantar, caminhar a alguma sorveteria, entrar numa fila e retornar com o picolé começando a derreter. Assim, estou aprendendo algo que deveria ter posto em prática logo que comecei a advogar em 2005. Deveria ter valorizado mais o tempo que passei numa faculdade e cobrado pelos serviços. Não deveria ter dado tanta consulta e orientação de graça para as pessoas. Deveria ter sido mais profissional, talvez montado um escritório ao invés de atender na própria residência, e procurado praticar o mesmo que outros colegas mais experientes já faziam (...)"

E por causa dessas desesperadas promoções na praia eu quase que apanhei de outros vendedores, coisa que, entre os camelôs pode muito bem ocorrer em casos extremos já que ali estão todos tentando sobreviver.

Da mesma maneira, hoje percebo o quanto também fui desleal na minha profissão de advogado. Nenhum colega chegou a ameaçar me bater, tirar minha OAB ou me "denunciar" pra Ordem. Mas a própria vida mostrou-me que, se agente não aprende a se valorizar, acabamos tendo que vender picolé na praia. Ou, se bobear, nem isto. 

Sendo assim, espero poder contar com a compreensão de todos que me pedem consultas virtuais, incentivando que cada um busque sempre defender os direitos que têm. Pois quem não luta por seus direitos não os merece.

Grande abraço!

terça-feira, 5 de março de 2013

Sete anos de matrimônio




Ontem (04/03), eu e Núbia comemoramos o nosso sétimo ano de casados. Glória a Deus!

O número sete não deixa de ser emblemático. Nas tradições bíblicas, simboliza a perfeição de modo que alguns consideram-no como sendo o "número de Deus". Isto porque, além de outras passagens das Escrituras, foi ao sétimo dia que o Criador descansou de toda a obra que fizera (Gn 2:2-3). Logo, o sétimo ano de união conjugal pode ser festejado como uma benção.

No entanto, há pessoas que não entendem dessa maneira e falam na então denominada "crise dos sete". Para muitos seria quando a relação do casal começa a experimentar o desgaste devido à cansativa rotina e ao enfrentamento de turbulências que toda família sofre.

Mas será que o tempo deve ser considerado um fator de desgaste para um casamento?!

Até quando as pessoas vão ter que se alimentar de boas emoções passageiras ao invés de estabelecerem o firme fundamento de suas relações?

Não poderia ser o contrário? Quanto mais tempo passar, mais sólido ficaria o matrimônio?

Em seu primeiro sinal (milagre) registrado no Quarto Evangelho, Jesus transformou a água em vinho justamente numa festa de núpcias em Caná da Galileia que pode ser lido em João 2:1-11. Embora tal passagem tenha um significado espiritual mais profundo e relacionado à missão do Filho de Deus (no que talvez diga respeito à substituição das águas do ritual judaico de purificação pela vida eterna no Reino de Deus), há muitos pregadores que aplicam o relato bíblico em questão aos casamentos. E, neste caso, a metáfora cai muito bem quando refletimos sobre o porquê do melhor vinho ter sido servido ao final da celebração, como indagou o mestre-sala ao noivo desconhecendo o milagre:

"Todos costumam por primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora" (verso 10; ARA)

Ora, se a vida a dois for comparada a uma festa qualquer continuará sendo uma tragédia existencial de grande parte dos seres humanos. Seus primeiros momentos serão alegres e comemorados com a melhor bebida - o vinho de alta qualidade com sabor apurado e sem provocar dores de cabeça. Aí, nos anos seguintes, o casal deixa de tomar um fermentado de reserva para ingerir algo mais comum. E, no final, os decênios de convivência passam a ser comparados com um vinho de garrafão. Se for seco ou suave já nem importa mais.

Não é bom que os casamentos sejam assim!

Se fizermos da passagem bíblica em comento uma promessa para quem busca a Deus, poderemos crer que os últimos anos de um casal de fé serão mais felizes do que os primeiros. Ainda que passando por dificuldades financeiras, problemas, doenças, tentações e dores nas suas emoções, ambos "beberão" do melhor "vinho" que os anjos do Eterno irão servir em taças de ouro. Até na velhice, a experiência dos dois superará o júbilo da lua de mel!

Sem nenhum objetivo de vestir a máscara do bom marido, como se precisasse fingir para a sociedade de que eu e Núbia viveríamos nos mar de rosas continuamente, o que não seria verídico, quero apenas terminar compartilhando que minha experiência ao seu lado é mais um aprendizado evolutivo. Tanto o vigor da juventude quanto a descoberta da paixão são coisas passageiras. Um dia tudo acaba. Porém, é o amor que fica, renovando-se a cada momento e crescendo como uma pequena semente plantada lá atrás. E eis aí o segredo desse ensino das homilias cristãs. As relações precisam ser fundamentadas sobre a rocha daquilo que é permanente e não sobre a areia das emoções instáveis.

Que Deus abençoe todos os casais e seja o Eterno a Rocha das famílias dos povos!


OBS: A ilustração acima refere-se à obra As Bodas de Caná do artista italiano Giotto di Bondone (1267 - 1337) que se encontra na Cappella degli Scrovegni, em Pádua, região do Vêneto, Itália.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Os tentáculos do mundo dentro de nossas casas

Certa vez, numa pregação, um pastor comparou esse sistema babilônico mundial a um polvo com os seus tentáculos buscando tragar as pessoas para as profundezas do oceano. Achei bem interessante a metáfora e, tempos depois, retomei a reflexão.

Inúmeras são as armadilhas existentes por aí para tentarem nos afastar de Deus e muitas das vezes tropeçamos nelas. Por onde quer que andemos, é preciso vigiar obtendo forças com a oração de uma maneira contínua, disciplinada e com iniciativa de romper com qualquer acomodação.

É certo que o diabólico nem sempre se apresenta como algo ruim. Muito pelo contrário! A tentação costuma vir com uma aparência boa, bela, desejável, convincente, confortável, de solução prática e agradável. Um caminho enganoso que parece nos conduzir a um lugar paradisíaco momentaneamente mas que, na verdade, vai terminar num abismo bem profundo. Então, se não abrirmos bem os olhos, entramos pelo cano e só a misericórdia de Deus para nos livrar do buraco.

Ando pelo mundo e observo como há pessoas inertes e que não estão percebendo as brechas para o mal em suas vidas e de seus entes queridos. Trata-se de gente que, ao invés de se alimentar da Palavra de Deus, prefere se preencher com a trama da novela, as más notícias dos telejornais, os inúteis joguinhos eletrônicos, ou com conversas através da internet. Famílias inteiras reúnem-se em volta da TV, repetindo o velho hábito tribal de ficam em torno da fogueira, como poderiam estar aproveitando aquele momento para cantar louvores ao Altíssimo, estudando a Bíblia e praticando o cada vez mais esquecido culto doméstico.

Lamentavelmente, coisas assim estão ocorrendo frequentemente dentro de lares cristãos dos dias atuais e aí questiono como é possível alguém experimentar o fruto do Espírito se a pessoa só sabe buscar distrações o tempo todo?! Pois um crente que expõe suas emoções a tudo que se passa na TV, dificilmente conseguirá saber de fato o que significa viver a verdadeira alegria e a paz interior que só Deus pode proporcionar. Seus assuntos acabarão se restringindo às mediocridades do Big Brother, dos gols do campeonato de futebol e das tragédias das primeiras páginas dos tabloides. Porém, o seu talento espiritual permanece enterrado e a luz do Reino de Deus encapsulada dentro de si fazendo com que tal homem seja como um ramo seco.

Amados, de modo algum pretendo afirmar que a televisão ou que a internet, por si só, sejam coisas do demônio. Menos ainda passa pela minha cabeça querer proibir outros crentes de assistirem a uma novela , uma luta de boxe ou até darem aquela espiadinha básica na casa do BBB. Nada disso! Somos livres e cada um é responsável por suas escolhas. Aliás, como bem ensinou o apóstolo Paulo, quando advertiu aos coríntios sobre a prostituição, "todas as coisas me são lícitas", mas acrescentou que não deixaria "dominar por nenhuma delas" (1Co 6:12).

Aqui em casa, onde moramos eu, minha esposa Núbia, a sogra Nelma e a cunhada Sandra, a TV fica ligada por muitas horas. Nem todos seguem a mesma orientação espiritual e temos níveis de compreensão e de consciência diferentes. Então, há momentos em que minha mulher chega a pedir que me sente para assistir a um programa com elas. Muitas vezes, eu fico ali e minha mente começa a se envolver com as cenas, o que é normal. Contudo, um dia desses, quando comecei a perceber uma ação diabólica no ar (aqueles sentimentos negativos sendo semeados no ambiente), resolvi levantar-me, ir discretamente para o quarto e orar.

Lidar com situações desse tipo nunca é fácil. Mesmo para quem é espiritual e sabe que precisa estar no mundo em convivência com as demais pessoas. Por isso, mais do que nunca os crentes precisam da sabedoria que vem do alto afim de que possam dar enfrentamento ao mal em todos os lugares. Inclusive nas nossas casas.

Que Deus proteja os lares! Paz!